20 de dez. de 2011

A Geração

Verdade seja dita, as pessoas devem achar que blogueiro é uma raça de pessoas mal compreendidas e mal amadas, que só encontram felicidade quando estão reclamando das outras pessoas.

Se o lance de ser blogueiro é ser reclamão (na opinião de uma casta), então farei a vossa vontade e vou reclamar um pouco. Até porque se eu não reclamar, acredito que vocês ficarão tristes né? E o que eu mais quero é que sejam felizes e reclamem da gente.

Alguém poderia ser gentil e me responder uma coisa que vem me atormentando há tempos? 

O que está acontecendo com os jovens dessa geração?

Hoje em dia você dizer o nome de web celebrities como Bill Gates, Stevie Jobs e afins não te define como um nerd. No máximo te torna um cara antenado das coisas. Mas se antigamente as crianças saiam correndo dos seus colégios para assistir Dragon Ball, Caverna do Dragão, Cavaleiros do Zodíaco, quando não os mais underground's assistiam a Buck; hoje em dias as crianças assistem programas que fariam os nossos cérebros saírem em pastas disformes pelas nossas orelhas.

Lembro que na minha infância, desenhos ditos para crianças eram: Fly, Thundercats, Ursinhos Gummy, Silverhawks, dentre outros.

Se você reconhecer a maioria dos personagens fique feliz pela sua infância.

Enquanto que hoje em dia os desenhos são como se feitos para pessoas com sérios problemas de controle de raiva. Eu juro que já vi vários daqueles desenhos/programas sendo demonstrados ao Alexander DeLarge na sua sessão de lavagem cerebral.

E depois perguntam porque os jovens de hoje em dia são todos perturbados; mas era de se esperar que com tanta merda cultura anti-agressão, as pessoas começassem a ficar insanas.

Algumas culturas ensinam aos seus filhos violencia e morte de uma forma nada ortodoxa. Compra um cachorro prestes a morrer e ensinam a seus filhos que devem ama-los e respeita-los e quando o seu novo animalzinho de estimação finalmente padece a regra imutavel da vida, o responsavel por enterrar o pobre animal é a criança.

Acho que o Barney, Backyardigans e outros desenhos desses não tem esse nivel de ensinamento. Mas antes que as pessoas que não entendem o minimo de sarcasmo comecem a atirar pedras, vale ressaltar que não estou dizendo para voce colocar o seu filho de 2 anos de idade para ver Akira, com suas mortes repletas de vísceras.

Mas, pelo amor de Deus, não transformem seus filhos em crianças acerebradas.

22 de nov. de 2011

Agora é a vez delas.


Verdade seja dita e trouxa é aquela mulher que não aceitar essa verdade nua e crua. Todo homem curte ver uma revista de nu (ou de ‘mulher pelada’) de vez em quando.

Os homens têm uma necessidade instintiva de ver belos seios e bundas. É quase que uma cerimônia de iniciação na vida sexual. Todo jovem em algum momento verá uma revista dessas. É inevitável e mesmo o homem que diz nunca ver, provavelmente, pega uma revista dessas de tempos em tempos.

As mulheres vão perguntar por que dessa necessidade. Assim como vão questionar essa necessidade e vontade desenfreada. A resposta a isso pode ser das mais diversas possíveis.

Os homens sentem a necessidade de ver pornografia. Um antropólogo e cientista, diria que é devido a uma herança genética da época em que os homens tinham que disseminar seu código genético pela Terra e por conta disso a poligamia era aceitável.

Com a evolução social do homem essa possibilidade lhe foi limada e com isso o homem sente falta dessa época. E revistas masculinas vieram para sanar essa necessidade.

Nem todos os homens sem imaginam realmente fazendo sexo com as beldades das revistas; na verdade a maioria deles se imagina fazendo sexo com a sua parceira usual, a diferença é o motivador, local, razão e afins. Mas apesar da liberdade sexual que é pregada nos dias de hoje, ainda temos muitos tabus e com isso acabamos nos reprimindo e despejamos as nossas energias em transas virtuais.

Mas o que os homens tanto vêem nessas revistas?

Nunca peguei uma revista adulta destinada ao publico feminino, mas já tive contato com uma gama de revistas adultas para o publico masculino. E em especial as revistas das ‘coelhinhas’. E posso assegurar as mulheres que tremem ao pensar nos seus namorados com essas revistas (serio mesmo isso?) que vocês vão se surpreender.

Imagine uma revista comum. Uma revista de fofoca. Imaginaram minhas queridas meninas?
Agora coloque entre as paginas da sua revista de fofoca favorita, fotos em trajes menores (ou sem trajes) daquele ator, musico, símbolo sexual que te arranca suspiros e frisson. É exatamente isso que vocês encontram em revistas masculinas. Nada mais, nada menos.

Algumas revistas mostram mais fotos do que entrevistas e matérias; algumas mostram mais entrevistas e matérias do que fotos. Mas em geral é apenas isso.

A grande diferença é que se o seu namorado/peguete/marido não demonstra interesse por essas revistas, existe uma grande possibilidade dele se interessar por sites pornográficos. E apesar das mulheres acharem que isso é a coisa mais absurda do mundo, nem sempre o homem que se masturba na frente da TV vendo um pornô é o cara que vai te trair num quarto de motel com a secretaria ou a sua melhor amiga.

Agora faço questão de terminar esse post com o seguinte desafio: você, mulher, que se sente insegura sobre o que o seu homem pensa, reúna aqueles seus amigos mais chegados e pergunte: quando vocês estão na cama, pensam na mulher que está ali ou numa capa de revista?

Vá sem medo e vocês irão se surpreender com as respostas, tanto que quando levantei essa enquete no meu local de trabalho o resultado foi o seguinte:

Homens que pensam em capa de revista ou outras mulheres: 5%
Homens que pensam nas mulheres que estão ali na sua frente: 80%
Homens que preferiram não responder: 15%

Coloque suas conclusões e resultados das enquetes nos comentários.

16 de out. de 2011

A conveniência do armário

Vamos começar a postagem de hoje com uma afirmação e uma discussão, ambas polêmicas: Sou gay, e nunca senti necessidade de me auto-afirmar pra minha família, em nenhum aspecto, seja sendo homossexual ou heterossexual. Vamos e convenhamos; quem chega em casa e diz “pai, mãe, sou heterossexual”? Pra mim, quanto a ser homossexual ou bissexual segue os mesmos critérios, é algo que não diz respeito a outras pessoas. Atenção, eu disse pra mim!

O que não quer dizer que isso sirva pra outros, cada um sabe a dor e as delícias de ser o que é, já disse Caetano Veloso na música “o dom de iludir”, e não pretendo entrar nesse território cinzento de sexualidade, pelo menos não hoje.

Costumamos dizer a torto e a direito que pessoas não assumidas estão “no armário”, mas o que isso significa realmente? Que as pessoas estão a caminho de Nárnia? Não, definitivamente não. Há algum tempo, dizia-se que as pessoas “dentro do armário” estavam “em cima do muro”, e as duas imagens são fortes, expressivas, e podem estar um tanto quanto incorretas.

Vejamos o panorama geral, tanto a expressão “estar no armário” e “estar em cima do muro” tratam de forma semelhante a indecisão, a falta de posicionamento diante de um determinado evento no mundo real. Em relação à política você é de esquerda ou direita? “–Ahn, tento não pensar nisso”, ora, isso não é estar no armário? Não é se abster de tomar um posicionamento?

A cada instante temos mais e mais abstenções. Pessoas que não votam, pessoas que desistem de ações mesmo a antes de tentarem; pessoas que se dão por satisfeitas com o conforto que encontram dentro do armário, afinal, é muito mais fácil e muito mais cômodo levar a vida na flauta do que encarar mundos e fundos de peito aberto.

Quem queremos ser na história de nossas vidas? Protagonistas ou figurantes? Protagonistas estão sempre sob os holofotes, recebendo críticas a todo instante, e nem sempre das mais amistosas ou agradáveis de receber. Por outro lado, Figurantes raramente são notados, passam a trama inteira ao fundo, em geral com uma roupa sem-graça e um cabelo sofrido. São em geral a amiga encalhada, o amigo gay pintosa, o machão rústico que é amigo do protagonista, ou invariavelmente aquele que morre um pouco antes do final. E que lembranças ficam? O que o figurante fez? Quais foram suas realizações? Passou a trama inteira na sombra de alguém, em cima do muro, dentro do armário...

Que o armário é confortável ninguém pode negar, mas permanecer muito tempo dentro dele, com as portas fechadas, porque cedo ou tarde começam a aparecer as traças, o mofo, o mau-cheiro. Mesmo os mais reservados precisam de espaço, precisam de sol, precisam descer do muro e encarar as calçadas e ruas, numa sucessão de dias que às vezes são melhores ou piores do que os anteriores. É a grande mágica da vida, a imprevisibilidade do futuro, e que graças ao potencial humano, vamos encarando.

E só pra terminar, um trecho conhecidíssimo de um texto que se aplica perfeitamente aqui, com meus votos de que possamos sair da conveniência de nossos armários e ganhar o mundo.

“Na primeira noite eles se aproximam e roubam uma flor do nosso jardim. E não dizemos nada. Na segunda noite, já não se escondem: pisam as flores, matam nosso cão, e não dizemos nada. Até que um dia, o mais frágil deles entra sozinho em nossa casa, rouba-nos a luz, e, conhecendo nosso medo, arranca-nos a voz da garganta. E já não podemos dizer nada"

Eduardo Alves da Costa

11 de out. de 2011

Despedida

Se tivesse uma mesa entre os dois, sobre ela estaria uma caneca com um resto de café, esquecido ainda pela manhã, e um cinzeiro repleto de guimbas de cigarro mal apagadas. Marcas de garrafas de cervejas manchariam a madeira, mas não havia nada entre os dois, e ao mesmo tempo, havia tudo.

‎-Eu sempre te dei liberdade
-Mas eu queria que vc me cobrasse notícias do meu dia, que mostrasse que se importava
-Eu sempre mostrei que gostava de estar com você
-Mas nunca deixou que meus sonhos florescerem, por conta disso eu estou indo. Preciso de sonhos como você precisa de ar, preciso de doces ilusões pra se oporem aos meus dias cheios, preciso de fantasias com sabores ásperos e cheiros quentes, que sejam úmidas e completamente secas, preciso da eterna antítese de sonhar e estar acordada, e isso você não pode entender....
-Eu não estou entendendo o que você quer dizer...
-Tá vendo? É o principal motivo.
-Você disse que me amava
-E amei, não creio que ainda ame
-Você disse que seria pra sempre
-Eu acreditei que seria pra sempre, pelo visto estava enganada nisso também
-E como ficamos? Não quero te perder...
-Não se perde aquilo que não se tem
-Então foi tudo uma mentira?
-Foram mentiras e verdades, formando nossa realidade por um tempo.
-E de novo você fala difícil
-Porque eu nunca fui boa pra falar, sempre fui boa em sentir, e ficar quieta
-Mas eu sempre quis saber o que estava se passando com você.
-O que não quer dizer que você deveria saber, ou que seria capaz de entender o que se passa nessa minha cabeça
-Na minha cabeça também passam muitas coisas
-Eu nem por um minuto quero fingir que entendo, ou que quero entender. Eu estou partindo.
-Já fez as malas? Precisa de ajuda pra carregar?
-Vou deixá-las aqui, depois alguém virá buscar, levarei só o peso do meu coração e da minha alma; é pesado, mas eu agüento, me fiz forte. Não, não pense que eu estou dizendo que você é fraco; eu sabia exatamente como você era, e foi isso que fez com que eu ficasse com você. Só que agora não é mais suficiente pra mim.
-Não sei como você consegue ser tão fria, dizer isso tudo assim, como se não tivesse valor ou importância.
-Isso é novidade, porque em todo esse tempo juntos sempre coletei os títulos de emotiva, chorona, sofredora, musa de novela mexicana, é bom variar um pouco, é bom não deixar transparecer cada lágrima sangrenta de dentro do meu peito
-Como sempre, você mudando tudo o que eu digo a seu favor, como se você fosse a única ferida. Você está me deixando, porra!
-E você continua gritando comigo, como fez em cada discussão, eu simplesmente perdi a capacidade de me importar depois da sétima ou oitava vez que gritou comigo; decidi que não ia mais esperar você dormir depois de montar em mim pra me lavar e chorar em silêncio no banheiro.
-Sua puta!
-Puta não, ingênua, dediquei muito de mim a você, e agora vou me cuidar de mim. Desejo o melhor do mundo a você, e não me importa mais se você desejar o meu pior; a partir do momento que eu cruzar a soleira daquela porta, será um novo momento pra mim, o momento em que eu tomo as rédeas da minha vida e faço do mundo tudo aquilo que eu quiser que ele seja.


Silêncio por alguns minutos, e ela notou o desconforto dele com aquilo tudo, com uma situação nova com a qual ele não sabia lidar.


-Não precisa me acompanhar, eu sei o caminho, sempre soube, só nunca tive forças pra ir sozinha. Muito obrigado por tudo, desculpe por fazer você chorar.
-Não podemos nem mesmo ser amigos?
-Não
-Mas assim? Seco?
-Não podemos ser amigos porque nunca fomos amigos, e cada vez que você me olhasse, ia pensar que poderíamos voltar e ter alguma coisa, e cada vez que eu te olhasse eu ia lembrar cada um dos motivos que me trouxeram ao dia de hoje. Por isso não podemos ser amigos, por isso você segue seu rumo e eu sigo o meu, e se um dia nos encontrarmos de novo, você vai me olhar com ódio e ressentimento, e eu vou olhar pra você com uma vaga lembrança

E ela encheu o pulmão de ar e moveu os pequenos pés, um de cada vez, nas sapatilhas surradas em direção à porta. A maçaneta girou acompanhada por um gemido de dor das dobradiças. O mundo lá fora não era muito mais amplo do que um corredor e um lance de escada, que os pés dela percorreram devagar. Uma brisa leve vazava por debaixo da porta do condomínio e ela abriu um pequeno sorriso por estar do lado de fora. Estava um belo dia pra uma pizza.

7 de set. de 2011

Sobre Limites, Livros e Drogas

Dessa vez resolvi sair um pouco da levada político-social que os textos anteriores estavam assumindo. E resolvi dessa vez falar sobre a sétima arte, ou seja, Cinema.

Esse final de semana com o tempo frio e aconchegante que se instalou no Rio de Janeiro, resolvi assistir a um filme, porque acredito que vida é feitas de pequenas coisas. Melhor do que ficar de preguiça em casa vendo um filme, em minha opinião, é fazer uma brincadeira lúdica envolvendo dois corpos suados se entrelaçando e trocando fluidos corporais. Mas como não era o caso, fiquei de preguiça na cama vendo filme mesmo.

O filme escolhido foi o Sem Limites (Limitless) como Bradley Cooper (Se Beber Não Case, Esquadrão Classe A) e Robert de Niro, que se você não conhece não tenho idéia do que está fazendo nesse site, portanto vá embora.

O canastrão-pai e o aprendiz

O filme conta a historia de um escritor (Cooper) com problemas de bloqueio criativo (algo que acredito ser mais comum do que meleca em nariz de criança). A vida do nosso herói é uma verdadeira zona: divorciado, sem grana, acabou de levar um pé na bunda e a casa do cara parece um verdadeiro chiqueiro. E quando você começa a acreditar que a qualquer momento ele vai pegar uma arma e pintar as paredes com que restou da massa encefálica dele, é apresentado ao nosso protagonista uma droga milagrosa que fará com que ele use 100% do cérebro.

Ah.. se o meu cerebro fosse azul

O restante do filme está claro, não? As coisas ainda estão nubladas na sua mente sobre como se desenrola a historia? Então levante a sua bunda da cadeira e vá assistir.

O filme é denso e mostra claramente a evolução do personagem principal, de um perdedor a um merda completo para um cara tão seguro de si que faria você dar a sua filha numa bandeja de ouro por um conselho na bolsa de valores.

Tirando o fato de o filme reutilizar a velha frase de ‘com grandes poderes vem grandes responsabilidades’, a visão geral mostra que você pode fazer de tudo, desde uso de drogas ilícitas até golpes para alcançar o seu objetivo. Quem não faria isso? O problema é quando a pessoa a qual você passou a mão na bunda e mandou a foto da passada de mão para o Facebook, decide voltar para te encher de porrada. Ou seja, não seja pego.

Sem Limite é um drama que apesar de não ter imensas reviravoltas, acaba te conduzindo e quando você menos percebe simplesmente acabou.

No fim das contas, as pessoas verão esse filme como algo típico e exclusivo do mercado norte americano, com a sua crença de uma vida regada a festas, álcool e drogas. A vida que todo adolescente idiota quer.

Se você não é esse adolescente/jovem idiota, vai compreender que o filme não é uma ode a drogas e baladas; vai curtir muito e se divertir, sem grandes surpresas, enquanto que a grande massa vai olhar e entortar a boca.

Isso lá é vida?
Mas se for um adolescente/jovem babaca que curte adubar a vida ao máximo, uma dica: vai arranjar algo de inteligente para fazer e saia da frente desse computador, seu vagabundo!

14 de ago. de 2011

Ode à Impotência

Esta semana foi um turbilhão de emoções, tanto no emprego quanto na minha vida pessoal; e já que me foi cedido este espaço, decidi fazer melhor uso dele, da única forma como acredito fazer de forma razoável, escrever.
Escrevo porque às vezes, na solidão do meu quarto, ao som de músicas nostálgicas e melodias sofridas falando de amores perdidos e corações destroçados as idéias parecem fervilhar. Todos sabem disso: as músicas tristes servem pra liberar o melhor de nós, pra purgar todas as aflições da nossa alma inquieta nestes tempos modernos.
Assim sendo, escrever pra quê? Escrever pra quem? Escrever sobre músicas tristes?
Não, escrever uma ode à impotência.
E não é da incapacidade de ereção que eu estou falando.
Impotência: Falta de Poder, Força.
Muitos poderiam se perguntar o por que deste tema tão controverso, quando eu deveria estar evocando a sagacidade, a tenacidade, a coragem, uma infinidade de sentimentos e sensações boas.
Mas quem somos nós sem as nossas tristezas e agonias? Que valor damos às conquistas quando não sabemos o que é perder? Somos então crianças mimadas, fazendo birra quando nossa mãe não compra o brinquedo caro que queremos.
Certa vez eu li que “músicas tristes são populares em karaokês porque todos queremos escapar da mágoa que sentimos”, mas e se pensar que, em vez de escapar, reconhecemos nossa própria impotência diante de certos eventos do mundo, e essas músicas tristes nos consolam, dizem que não estamos sós, que um sem número de pessoas se identifica conosco?
Não me levem a mal, mas eu não me preocupo muito com desastres mundiais, sempre fui assim. Me entristeceu profundamente o acidente com as usinas nucleares no Japão, mas fez muito pouca diferença na minha vida comparado com a greve dos professores no Rio de Janeiro. Eu sei que milhões morrem de fome todos os anos no mundo, mas me preocupo mais com a merenda dos meus alunos diante dos sucessivos cortes de orçamento.
Mais do que as coisas que eu SEI e POSSO fazer, são as coisas que eu não sei e não posso fazer que me definem. Esta semana eu tive que aturar uma aluna a me dizer que eu não sou amigo, não sou companheiro, não olho meus alunos como meus iguais, que não os trato de igual pra igual, ao que eu respondi que realmente, eles não são meus iguais. São alunos, e eu professor; e eu cumpro meu papel social que é ENSINAR na escola, e não tenho nenhum interesse em saber se eles foram no Pagofunk da Quadra da Marmita, ou se foram no Culto das Línguas de Fogo e Jesus operou milagres.
A aluna ficou ofendida, foi reclamar com a Direção, e eu fiz questão de voltar à sala de aula com o corpo diretor e dizer que sou o que sou, gostem de mim ou não por isso. A Direção me apoiou, elogiando meu trabalho, e a aluna reclamou novamente, porque ela não aceita um professor que seja “mossexual”, que não tenha valores, que não tem Jesus na vida, o que eu posso ensinar pra ela que não seja pecado? Eu ri baixinho enquanto a Diretora falava, a Coordenadora Pedagógica, até que foi me dada a palavra; e em dois anos trabalhando numa escola pública, tendo dado aula a mais de trezentos alunos, ela foi a única queixosa, ainda mais com relação a minha orientação sexual.
Sou incapaz de mudar a forma de pensar da sociedade. Sou incapaz de fazer com que uma aluna consiga enxergar além do estereótipo de professor gay, mas sou uma pessoa feliz, porque com o preconceito dela, dezenas de alunos se mostraram sem preconceito. Alunos gays me chamaram depois da aula pra perguntar se era verdade, pedindo orientação, pedindo conselhos.
Sou impotente diante dos problemas da vida, e incapaz de agir minha vida por mim mesmo, e tenho descoberto a cada dia que o importante é o que fazemos da nossa vida, e não como acham que vivemos.
Independente de sermos hetero ou gays ou lésbicas ou bi, homens ou mulheres, altos ou baixos todos nos deparamos com as pedras no caminho, obstáculos intransponíveis diante dos quais não podemos fazer muita coisa... mas um amigo muito importante pra mim disse que, se a pedra está no meio do caminho, podemos sempre passar pelos cantos da estrada; podemos escalar lentamente e descer do outro lado, podemos pedir ajuda pra movê-la, podemos quebrar os punhos socando e socando até que produza algum resultado.
E nós, mais propensos a solidão, escrevemos textos solitários, embalados por músicas chorosas que falam de perda.
Não vou dizer que não me chateei por ser estereotipado, mas sou impotente quanto a isso, e o preconceito de uns, a falta de conhecimento de uns só reforça as armaduras que forjamos pra encarar a vida.
Então, hoje, só por hoje eu vou cantar e celebrar a minha impotência, a minha necessidade de me apoiar em amigos e pessoas que me querem bem; vou celebrar cada vez que eu pedi ajuda, e cada vez que eu chorei e fui consolado, vou ficar feliz por cada insulto e xingamento que já recebi, simplesmente por saber que já recebi muitos mais elogios; vou reviver o momento em que fui espancado na porta da UERJ e meus colegas de curso me socorreram.
Sou impotente quanto a várias coisas no mundo, mas não quanto a tudo, e o que eu puder fazer pra mudar a realidade em que vivo, nem que seja escrever, nem que seja compartilhar o que eu penso e sinto (ainda que não seja do interesse de ninguém), eu vou fazer.

PS: Sei que é dia dos pais, mas não consigo escrever sobre coisas que não vivencio, deixo pros meus colegas, mas em todo caso, Feliz dia dos Pais!
PS2: Post sem imagens de forma proposital

3 de ago. de 2011

Um reflexão feliz

Muita gente procura a felicidade sem se dar conta que ela não é um conceito exatamente palpável. Muita coisa pode deixar um individuo feliz num determinado momento, mas de repente, em outro, aquela mesma coisa pode ser indiferente.

Então cheguei à conclusão que a busca da felicidade não é vã, mas deve-se ter bom senso pra determinar o quão perto de você à felicidade pode estar. Passar a viver os momentos felizes, porque não há felicidade material eterna. Mas uma colcha de retalhos de tudo aquilo q possa fazer a vida feliz.

O que você acha? 

Devemos focalizar nossa felicidade em algum objeto? Devemos colocar nossa felicidade, mesmo que momentamente nas mãos de alguém? A felicidade é subjetiva e etérea demais para isso. Temos que buscar a felicidade nos detalhes como se fosse um contrato que a vida nos dá e que temos q ler nos mínimos rodapés. Ver o mundo como se nada conhecêssemos como nos olhos de uma criança. E rendendo-me ao plágio, deixar de lado o orgulho e a vaidade, pois é tudo vão.

E ainda assim, nos questionaríamos se somos felizes. Mas na realidade, nunca estamos satisfeitos com o agora. Sempre olhamos o agora com desdém e o passado com arrependimento. Mas por quê? Por que não buscar o detalhe que realmente faz a cena importante?

Todos aqui sabem que eu não sou cristão, mas até um trecho da bíblia me chamou atenção (pra vocês verem como da pra olhar os detalhes), onde Jesus passa por um cão em decomposição e os discípulos o tentam alertar para não olhar e enojar-se e Jesus diz: “Que belos dentes tinha este cão".

De tudo pode-se tirar algo bom e da mesma forma, de tudo pode-se tirar algo feliz. Afinal, esses dias uma grande amiga me disse q foi ao enterro mais bem-humorado da vida dela. Mas enfim. Vale à pena gastar seu tempo procurando felicidades temporárias, quando TODAS elas são temporárias? Trocar momentos de conversas simples, por baladas infundadas com pessoas q você não se importa. Trocar um dia de tranqüilidade por preocupações q não se resolverão na mesma hora. Deixar a pessoa amada de lado, só por não querer admitir q a ama. Sair do emprego só porque não é o dos sonhos ainda. Deixar um prazer de um simples cigarro em troca de aborrecimentos.

O que é preferível?

Olhar os bons e alegres momentos ou continuar sonhando uma felicidade eterna q não existe? O tão imbecil maniqueísmo está ai: o mal do ser humano é só saber que algo é feliz, porque existe um parâmetro de algo mais triste. Uma coisa vos digo no momento: estou feliz e isso é bom. Porque o "sou" feliz não existe e nunca existirá. Mas isso não importa, porque posso montar minha colcha de retalhos de felicidades verdadeiras, mesmo q esta não tenha somente prazeres temporários.

Ps.: Desculpem-me os erros, afinal, são 01h55minh da manha no momento
Ps2: Eu precisei do fundo da minha alma, postar isso

24 de jul. de 2011

Sozinho...

Estava eu no mais completo tédio do meu lar, sozinho em casa, assistindo a “The Glee Project” dublado, e pela Fox num final de semana. Ou seja: Literalmente na merda
Primeira vez que eu estava vendo, apesar de já saber do que se tratava, e conhecer os participantes pela internet da vida. Não gostei particularmente de nenhum, achei a maioria caricata demais, cheios de maneirismos e atitudes de diva-wannabe.
O episódio falava sobre vulnerabilidade, acho que todo mundo viu ou leu sobre este episódio não é? O que a menina gorda colocava um cartaz dizendo ser gorda, o menino anão usava um cartaz escrito pequeno, o menino negro e gay andava com um cartaz escrito gay, e eu me pergunto se o episódio deveria ser sobre o óbvio, ou sobre a vulnerabilidade em si.

Claro, os atributos que eu acabei de mencionar não são em nada positivos, mas a dizer que aqueles adolescentes se tornam vulneráveis em admiti-los? Acho que é um pouco demais. Pra mim, essa “sequência” não os torna fracos, ou frágeis, ou covardes, os torna ÚNICOS, individualizados, e com personalidade. Gays e gordos temos aos montes, em diferentes cores, alturas, tamanhos, peso; anões não temos lá tantos, mas pelo menos A MIM, não convenceu como uma vulnerabilidade.
E cá estava eu criticando e pensando em mil coisas pra falar (a ponto de interromper um texto que eu estava escrevendo sobre a Síndrome Harry Potter que se apossou do mundo) e me dei conta de que deveria pensar em escrever sobre a minha vulnerabilidade. Ou sobre meus muitos pontos fracos.

Se eu fosse um participante (Isto é, se eu fosse bonito, cantasse bem e tivesse dinheiro pra morar nos Estados Unidos –risos-) eu teria o maior orgulho em escrever –LONELY- na minha placa, como em –SOZINHO-. É, isso mesmo caros leitores, sozinho.
Ao que muitos iam se surpreender e exclamar “Como assim? Você não tem amigos? Que vida triste!”, mas deixem-me continuar meu pensamento.
Sim, sozinho é uma das palavras mais significativas pra mim, e não apenas no contexto de individualidade. Eu aprendi a apreciar os momentos que tenho de intimidade com cada um de meus neurônios; e nem tenho a desculpa de que fui criado numa família gigantesca, porque não o fui; desde pequeno, meus melhores companheiros sempre foram os livros e as miniaturas.

Mas e daí, por quê eu decidi escrever sobre isso, já que nada parece estar fazendo sentido? Ahn, um ponto crucial finalmente (aleluia, vamos erguer as mãos pro céu). Vivemos numa época em que o surto das redes sociais se multiplica; o finado Orkut, Twitter, Facebook, LastFM, Google+, Badoo, e milhares de outros só pra começar a festa, e adicionamos pessoas que fizeram parte de nossa vida e vamos conhecendo outras e outras e outras, e por fim, conhecemos tanta gente que acabamos por não conhecer ninguém.

Como é possível? Resposta simples: Superficialidade. As redes sociais são ótimas, mas não conseguem suplantar a necessidade humana real de contato, seja pra andar na rua e ver gente, pra olhar vitrine, ver um filme no cinema, comer num Burger King da vida, seja lá o que for. Quanto mais amigos você acaba tendo online, menos os conhece de verdade, menos tempo tem pras suas próprias coisas, já que grande parte da sua vida passa enquanto você olha uma tela.
Na minha época (falei que nem um velho né?) nós, crianças, ficávamos prostrados na frente de um Master System 2 ou um Mega Drive, e quando se passavam duas ou três horas, já vinham nossos pais com a mão na chavinha que ia atrás da TV e mandavam a gente pro quintal e pra rua.

Hoje em dia, quem é que nos dá limites? Quem marca nossas fronteiras? Somos tão reclusos em nossa solidão que nem percebemos. Não percebemos porque estamos tão cercados de avatares e imagens de exibição e buddypokes e Players Characters, e contatos no MSN, que nossa visão do real se torna borrada, obscura, deturpada.
Um outro dia eu deletei quase 200 contatos do MSN com quem não conversava há algum tempo, e me perguntei “Nossa, olha há quanto tempo deixei de conversar com essas pessoas, eu nem lembro do rosto de alguns deles, onde é que as coisas desandaram?”; mas não obtive resposta.


Não vou me estender, porque todo mundo tem uma vida pra cuidar né? E eu comecei falando do “The Glee Project”, e da vulnerabilidade, passei pra solidão, e estou finalmente na mensagem que tinha a passar: Talvez, nossa maior vulnerabilidade não é estarmos sozinhos, mas estarmos conectados, conectados de forma tão íntima que não sabemos mais onde termina a idéia de um e começa a do outro, tomamos notícias do facebook com uma verdade tal que a reproduzimos e ela se torna viral; a conexão virtual tornou-se tão necessária que valha-nos Deus de ter algum problema na rede, a Velox não estar respondendo, ou pior, uma falta de luz.
Desfilamos pelas ruas com nossos tablets, iphones, ipads, smartphones, sempre conectados, e às vezes nem olhamos nos olhos das pessoas que nos atendem nas lojas; sejam honestos e me digam: Vocês lembram do nome das pessoas que os atendem nas redes de Fast Food? Pois é, todos têm plaquinhas, mas quantos de nós param pra olhar? No entanto, se chega algum novo tweet ou comentário no facebook temos que ver imediatamente.

Nossa maior vulnerabilidade é a vida, ou a não-vida, aquilo que estamos nos tornando, seres cada vez mais prontos pro automático, realizando tarefas sem sequer nos darmos conta do que fazemos, aceitando conceitos em que nem pensamos direito.
Continuamos gays, hetero, lésbicas, negros, brancos, mulatos, morenos ou asiáticos; altos ou baixos, magros ou gordos, mas com uma vida virtual semelhante, cabelos coloridos e olhos grandes nos nossos avatares. E claro, uma boa dose de photoshop.
Bem, tendo desabafado, vou eu desligar o computador e dar uma volta no quarteirão. Ainda são 10 horas da noite, tá tendo uma roda de pagode ali na esquina. Não gosto nem de ouvir, mas não me custa passar por lá e ver as pessoas, aproveitar a minha solidão no meio dos outros, mas longe do virtual.

14 de jul. de 2011

De In(clusão) para Ex(clusão) em 5 passos

Tenho 26 anos, caminhando para os meus 27 anos e em breve estarei aderindo à grande massa de pessoas que terá a famosa Crise dos 30.

Nasci na primeira metade da década de 80; para ser preciso nos 45 minutos do primeiro tempo, lá em 1984. Provavelmente a maioria das pessoas que vão ler esse texto nasceu antes disso ou muito depois; porque a gama de pessoa que nasceu nessa época não se interessa ou não descobriu esse site ainda.

Lembro algumas coisas muito divertidas da minha época de infante. Hoje em dia é quase que assustador saber de uma casa que não tenha telefone fixo, mas existiu uma época em que era necessário esperar o telefone liberar o sinal para você poder falar. Estranho? Mas antigamente era exatamente assim. Os telefones em condomínios eram através de ramais e era quase como jogar roleta russa para encontrar a linha desocupada. Hoje em dia temos telefones com GPS, Sistemas Operacionais, Redes Sociais, Tv, rádio, MP3, Gadgets, Cookies e milhares de coisas que raras são as pessoas que compreendem suas funcionalidades totais. Só faltam fazer café e quem sabe um carinho mais íntimo.

E se acaso o seu telefone ficar obsoleto, porque não pedir um novo ao papai?
Eu lembro que o meu primeiro celular era um Nokia 3310 e que ele sobreviveu horrores e no final das contas quem o comprou fui eu.

Lembro que na minha infância quando faltava luz era a festa da garotada. A rua ficava infestada de crianças brincando de todos os tipos de brincadeiras, desde pique-esconde (agora com upgrade por conta da falta de luz) até reunir para contar historia de terror. Hoje em dia se faltar luz, as pessoas ficam irritadas porque não consegue acessar ao World Of Warcraft, a PSN, Xbox Live, etc. e acabam ficando reclusas as suas casas e de mau humor se der mole.

Mas o pior de tudo hoje em dia realmente é a dita inclusão digital. Essa sim veio para destruir a vida das pessoas.

Com a disseminação do pensamento de estar sempre em voga surgiu à necessidade de ter sempre um local para se exibir. E com a necessidade de se exibir surgiu a necessidade de ter algo para registro.

Lembro da época em que tirávamos fotos em máquinas de filme de rolo com suas 12, 24 ou 36 poses. Que fotos tiradas antigamente demoravam bem que uns 5 dias para ficarem prontas, só para percebermos que várias delas saíram queimadas, desfocadas ou que acabamos por cortar a cabeça de alguém. E mesmo assim as fotos acabavam em álbuns de fotos guardadas em caixas ou pastas para mostrar a amigos e familiares.

Hoje em dia qualquer pessoa pode ter uma renca de fotos no computador ou espalhados pela internet. Qualquer telefone tira foto, até os mais ‘lambe-lambe’. Você consegue comprar uma Sony Cybershot Point-and-shot por qualquer R$200,00. E logo pode encher a vida das outras pessoas com fotos assustadoras.

Quem hoje em dia tem um álbum de fotografia físico para mostrar aos amigos? Quer ver meu álbum de fotografia? Te mando o link dele no Picasa/Flickr/Fotolog/Flogão/Facebook e esses são apenas os mais famosos.

Hoje temos de tudo na internet. Redes sociais das mais diversas, onde você pode ser o que quiser, falar o que quiser, ser como quiser. Quase temos mais redes sociais no mundo do que pessoas e as mesmas gostam mais de interagir através delas do que pessoalmente.

Quer falar como seu dia foi chato, porque o papai não deixou você sair com os seus amiguinhos?

Cria um blog e coloca lá todas as suas reclamações, mas não se esqueça de encher o saco das outras pessoas para ver o que você escreveu.
A verdade é que acabo por acreditar que inclusão digital está se transformando em exclusão cerebral.

Acha que é exagero meu? Lanço o desafio de você navegar pela net por 20 minutos e anotar quantos sites de conteúdo relevante você encontra.


*Esse post não tem imagens de forma proposital

7 de jul. de 2011

Somos Todos Garotos Infantes



O titulo nada mais é que uma forma sincera do pensamento que tenho. Isso é um fato incontestável da nossa geração. Se você que lê essa ‘coluna’ tem mais do que 28 anos, existe uma possibilidade de não se encaixar nas coisas que vou falar.

Mas a verdade é que até mesmo as pessoas transeuntes na faixa dos 30 anos, não devem ter tido grandes oportunidades de colocar em pratica a sua voz ativa para mudar o país. A não ser durante um jogo de futebol em que esforçou para xingar o juiz.

Comigo não é diferente. Não estou colocando o dedo na ferida do vizinho sem ter a consciência de que a minha infantilidade política está em risco.

Pense bem, caro leitor; quando foi a ultima vez que você fez voz ativa para qualquer coisa? Qual foi a ultima vez que você teve noticia de uma passeata em prol de algo que realmente valha à pena?

Passeatas em prol do orgulho gay são muito divertidas; é basicamente uma festa de rua gigante. Mas em que isso muda o rumo do país e da sociedade em que vivemos? A verdade que necessário ou não, essa é uma passeata em prol de uma ‘minoria’.


Quando foi a ultima vez que você teve noticia de uma passeata estudantil com força e vontade de mudar as coisas realmente? Na minha época de colégio falava-se muito dos movimentos populares para ‘correr atrás’ dos direitos de ir e vir, de liberdade de expressão. Mas até mesmo o ultimo grande movimento estudantil, no Impeachment do Collor, com suas caras pintadas correndo as ruas, não foi um movimento diretamente do povo. Ele seria deposto de uma forma ou de outra. A massa burguesa e que tinha entrado pelo cano com as atitudes dele, já haviam decidido que já estava na hora de parar.

Hoje carregamos uma medalha de honra ao mérito e coragem que não sabemos o motivo de estar ali, pendurada em nosso peito.

Nossos heróis morreram de overdose. As pessoas costumam exaltar o cantor Renato Russo como sendo um mártir ou deus. Mas a verdade é que ele foi pelo menos na musica, a voz de muito jovens. Em um dos seus shows ele pronuncia a frase “Não pode existir guerra santa, é uma contradição em termos”.

Hoje, os encontros anuais da UNE nada mais são do que festas a la Woodstock. Mas a verdade é que os nossos jovens não têm mais voz ativa e não sabem pelo que lutar. E como dizia o meu avô ‘mente vazia é oficina do diabo’.

O que os nossos jovens hoje em dia sabem? Pelo que eles lutam?

Alcançamos o direito de ter liberdade de expressão. Uma liberdade que poderia ser o motivador de botar a boca no trombone e gritar, mas o que vemos hoje em dia é uma explosão de baboseiras. Hoje temos vários blogs, weblogs e afins com uma gama de conteúdo irrelevante que dá até nojo. Com a explosão digital, não existe mais motivo algum para descrever algo de útil. Com a liberdade desesperada de expressão surgiu à falta de conteúdo.

Finalmente a massa ignóbil venceu, pois os lutadores de antes hoje penduraram suas luvas e alguns deles entenderam que em alguns combates temos que nos unir aos combatidos. E com isso não temos mais voz ativa.
O máximo de revoltoso de hoje em dia

Cada vez mais os nossos jovens são dominados pelas mentes opressoras e não se dão conta disso, porque hoje em dia o interessante é postar vídeos no YouTube, passar o dia inteiro no MSN, acessar e colecionar amigos no Orkut e/ou Facebook e falar do quanto seus pais são chatos por não deixarem ir ao show de qualquer banda emo no Twitter ou em blogs da vida.

É pensando nisso que vejo que a minha geração que realmente sabia se divertir. Apesar de que não tivemos pelo que lutar, mas pelo menos passávamos mais tempo brincando na rua do que dentro de casa em frente a caixas frias, chamadas de computadores. E ainda se perguntam por que as crianças de hoje em dia comentem atrocidades; para mim é muita energia acumulada e má utilizada.