7 de jul. de 2011

Somos Todos Garotos Infantes



O titulo nada mais é que uma forma sincera do pensamento que tenho. Isso é um fato incontestável da nossa geração. Se você que lê essa ‘coluna’ tem mais do que 28 anos, existe uma possibilidade de não se encaixar nas coisas que vou falar.

Mas a verdade é que até mesmo as pessoas transeuntes na faixa dos 30 anos, não devem ter tido grandes oportunidades de colocar em pratica a sua voz ativa para mudar o país. A não ser durante um jogo de futebol em que esforçou para xingar o juiz.

Comigo não é diferente. Não estou colocando o dedo na ferida do vizinho sem ter a consciência de que a minha infantilidade política está em risco.

Pense bem, caro leitor; quando foi a ultima vez que você fez voz ativa para qualquer coisa? Qual foi a ultima vez que você teve noticia de uma passeata em prol de algo que realmente valha à pena?

Passeatas em prol do orgulho gay são muito divertidas; é basicamente uma festa de rua gigante. Mas em que isso muda o rumo do país e da sociedade em que vivemos? A verdade que necessário ou não, essa é uma passeata em prol de uma ‘minoria’.


Quando foi a ultima vez que você teve noticia de uma passeata estudantil com força e vontade de mudar as coisas realmente? Na minha época de colégio falava-se muito dos movimentos populares para ‘correr atrás’ dos direitos de ir e vir, de liberdade de expressão. Mas até mesmo o ultimo grande movimento estudantil, no Impeachment do Collor, com suas caras pintadas correndo as ruas, não foi um movimento diretamente do povo. Ele seria deposto de uma forma ou de outra. A massa burguesa e que tinha entrado pelo cano com as atitudes dele, já haviam decidido que já estava na hora de parar.

Hoje carregamos uma medalha de honra ao mérito e coragem que não sabemos o motivo de estar ali, pendurada em nosso peito.

Nossos heróis morreram de overdose. As pessoas costumam exaltar o cantor Renato Russo como sendo um mártir ou deus. Mas a verdade é que ele foi pelo menos na musica, a voz de muito jovens. Em um dos seus shows ele pronuncia a frase “Não pode existir guerra santa, é uma contradição em termos”.

Hoje, os encontros anuais da UNE nada mais são do que festas a la Woodstock. Mas a verdade é que os nossos jovens não têm mais voz ativa e não sabem pelo que lutar. E como dizia o meu avô ‘mente vazia é oficina do diabo’.

O que os nossos jovens hoje em dia sabem? Pelo que eles lutam?

Alcançamos o direito de ter liberdade de expressão. Uma liberdade que poderia ser o motivador de botar a boca no trombone e gritar, mas o que vemos hoje em dia é uma explosão de baboseiras. Hoje temos vários blogs, weblogs e afins com uma gama de conteúdo irrelevante que dá até nojo. Com a explosão digital, não existe mais motivo algum para descrever algo de útil. Com a liberdade desesperada de expressão surgiu à falta de conteúdo.

Finalmente a massa ignóbil venceu, pois os lutadores de antes hoje penduraram suas luvas e alguns deles entenderam que em alguns combates temos que nos unir aos combatidos. E com isso não temos mais voz ativa.
O máximo de revoltoso de hoje em dia

Cada vez mais os nossos jovens são dominados pelas mentes opressoras e não se dão conta disso, porque hoje em dia o interessante é postar vídeos no YouTube, passar o dia inteiro no MSN, acessar e colecionar amigos no Orkut e/ou Facebook e falar do quanto seus pais são chatos por não deixarem ir ao show de qualquer banda emo no Twitter ou em blogs da vida.

É pensando nisso que vejo que a minha geração que realmente sabia se divertir. Apesar de que não tivemos pelo que lutar, mas pelo menos passávamos mais tempo brincando na rua do que dentro de casa em frente a caixas frias, chamadas de computadores. E ainda se perguntam por que as crianças de hoje em dia comentem atrocidades; para mim é muita energia acumulada e má utilizada.

Um comentário:

Ella ABp disse...

Até que enfim. kkkkkkkkkkkkkk foto do Restart foi ótima. Procure saber sobre a ANEL. Visite http://www.anelonline.org/
bjs