21 de out. de 2009

Devaneios


Caminho por uma estrada deserta, mas ao contrario do que poderia parecer não me encontro sozinho. Nunca estamos sozinhos.

A vida cisma em nos pregar peças; das mais diversas. Às vezes nos encontramos sozinhos mesmo em meio à multidão, onde uma lagrima poderia percorrer toda a extensão do nosso rosto borrando, manchando, destruindo nossa maquiagem, apenas para dizer o quão ignóbil a vida pode ser.

Em outros momentos estamos sorrindo em meio a um enterro apenas porque não sabemos o que fazer em meio à tamanha dor. E os olhos nos percorrem como se a morte amarelasse os nossos dentes e nublasse nosso discernimento. Fazendo que cruzemos o limiar entre os homens e os animais.

Mas nada disso faz realmente sentido, pois nada tem um sentido mais ambíguo do que a própria vida.

Um copo de água; de vinho; de vodka, tudo isso parece um sonho e me lembra do mel que eu busquei nos seus lábios; no seu corpo; na sua alma.
Andamos em círculos, sempre voltando até a estaca zero ou o principio do completo desconhecimento do nada que habita a nossa mente. Alguns chamam isso de loucura, outros de sabedoria enquanto eu apenas deixo que o mundo em sua visão nublada e deturpada das coisas molde o destino dos homens através de seus dedos tortuosos e nodosos.

Tudo se torce e contorce e se molda a nossa vontade. A minha vontade.

Texto próprio

3 comentários:

M.M. disse...

Um texto muito bonito.
Sobre a estrada, ah, tem sido minha companheira, meu escape quando me sinto sozinha no meio da multidão.
E, quando realmente estou só, ultimamente, tenho me sentindo mais presente. Mais completa!
Gostei...
Beijos

amelhorgarfada disse...

Muito bonito!!!! Parabéns!!!!!

Bjs, Astrid

Sergio Cabral disse...

:'(