3 de dez. de 2008

Um convite; uma lição

Colunista convidada - Jane Eyre*

Feminismo para Blog

(...) e falarei um pouquinho de um assunto que adoro e acho muito pertinente no blog, devido aos textos já postados, que é o: Feminismo.

Ao contrário do que muitos pensam, Feminismo é diferente de Femismo - neologismo criado para designar a versão feminina do machismo, ou seja, mulheres que se acham superiores aos homens - e se trata, à grosso modo, de um movimento sócio-político e ideológico que propõe a igualdade entre homens e mulheres.

Eu, contudo, quando falo sobre o assunto, digo que o Feminismo é uma reação natural da mulher em relação à sua própria história.

Geralmente, quando se pensa sobre a história humana, a tendência é analisar somente a história do homem, a história sob um ponto de vista onde a mulher na maior parte do tempo foi colocada à margem, já que temos como referência sociedades em sua maioria patriarcais.

No processo de marginalização não há como não citar religiões, em especial, o cristianismo, já que temos como plano de fundo as atrocidades que ocorriam na Idade Média como a famosa caça às bruxas, porém, a marginalização feminina acontece por variadas razões que nem sempre estão ligadas à religiosidade.

Na Grécia antiga, por exemplo, as mulheres também ocupavam uma posição de inferioridade e de submissão ao homem, e ainda não estamos falando de cristianismo.

Assim como, muitas religiões pagãs da antiguidade, cultuavam santidades de sexo feminino e não mantinham uma estrutura social de submissão da mulher ou hierarquização em função de gênero, tanto que foram justamente esses povos que serviram como exemplo para que o cristianismo se solidificasse, já que precisava se mostrar como a melhor religião e para isso usou da cultura anterior para apontar, o que para ela, eram erros, como a intimidade com a natureza, hábitos culturais e religiosos como danças, concepção de sexualidade e sexo, o papel da mulher, roupas e caracteres, entre outros.

Partindo dessa aulinha de história, fica fácil perceber que a questão da mulher não é sentida somente no nosso século 21, embora o feminismo tenha se acentuado na década de 60 com o auxílio do movimento hippie, revoluções estudantis, consolidação de partidos de esquerda, independência econômica feminina (decorrente da revolução industrial), novos pensadores e outros, mas sim um conflito existente desde muito tempo, o que implica dizer, que a mulher também desde muito tempo, refletiu sobre sua própria existência e sua posição social. Logo, me parece até incoerente, nós mulheres não adotarmos uma idéia feminista para a sociedade, para as relações e para vida. O que também não impede, muito pelo contrário, que homens adotem uma visão feminista para promover a igualdade entre ambos.

A foto é de um dos grandes exemplos de pensadoras e praticantes do feminismo, Simone de Beauvoir, filósofa francesa que alimentada pela luta a favor do direito da mulher, da sexualidade, da liberdade e pela esquerda, nos presenteou com belíssimas ações e livros.


*Jane Eyre é paulista, da cidade de Campinas, responsável pelo blog Retalhos e é (ao meu ver) uma das pessoas com a mente mais fascinante que eu poderia ter conhecido.

Um comentário:

Anônimo disse...

Desculpe. achei a materia desisteressante para o momento q eu to passando. nenhum comentario bom ou ruim será feito.

Mas por favor, continue assim!