12 de jul. de 2009

Conto - Vinho, Velas e Sedução


Chego a casa depois de um dia estafante e cansativo; e depois disso, nada melhor do que aquele gostoso banho gostoso e me aninhar nos braços dela; é esse o pensamento que tenho ao girar a chave da porta do pequeno, porem aconchegante apto.

Ao abrir a porta encontro o apto envolto em uma penumbra lúbrico munido pelo tremular de algumas velas espalhadas pela estante e pelo chão. A sala foi arrumada de forma a permitir que uma pesada, rústica e confortável, cadeira de madeira fosse posta exatamente no centro da mesma. Um odor doce e suave chega até o meu olfato, preenchendo o meu peito e me deixando envolto por tudo aquilo.

Uma doce mão toca o meu braço esquerdo, tomando a pasta que trazia em minha mão e jogando num canto qualquer da sala; sendo conduzido por essa doçura, me sento à cadeira. Vejo a minha mestra e cortesã frente a mim; sentando-se sobre o meu colo, inicia um delicioso e lascivo beijo, enquanto que passa suas pequenas e delicadas mãos sobre o meu peito arfante. Ergo minha mão buscando seu corpo e ao tocar-lhe o dorso, o beijo cessa e sinto a face esquerda arde com uma vertiginosa tapa contra a mesma.

- Quieto.

Observando aqueles olhos castanhos contemplando o intimo de minha alma enquanto que o seu nefasto, e sarcástico sorriso iluminam-lhe a face, faz com que o meu sexo comece a pulsar de forma a alcançar as batidas do meu coração.

Minha dominadora levanta-se, ainda exibindo seu sorriso de satisfação, pois nota que a tapa desferida cumpriu com o seu objetivo, minando minha resistência.

- Não se mova, escutou bem?

O ímpeto de responder foi rapidamente subjugado pelo brilho em seus olhos. Ela rodeia-me com a satisfação de uma predadora que sabe que sua caça já não pode mais fugir do destino que lhe aguarda.

Ela por detrás da cadeira toma os meus pulsos em suas pequenas, porem tenazes, mãos e com algo que acredito ser cetim ou linho amarra-me de forma que sinto o sangue de meus braços ficarem retido.

Finalmente consigo me controlar e observar atentamente a minha predadora. Ela se posta a minha frente e está vestida com um terninho de caimento fino; a saia tem o caimento e é justo nas proporções corretas, exibindo o necessário para fazer a mente vacilar e pensar as mais terríveis obscenidades; sua blusa de linho fino havia sido deixada com alguns botões abertos de forma a exibir apenas o leve contorno de seus seios de uma forma bastante lúdica; suas firmes e torneadas pernas encontravam-se envoltas por uma meia-calça fina, de tonalidade levemente escura até o bonito e elegante sapato de salto alto.

Observar todo esse complexo contexto faz com que o meu sexo fique cada vez mais irrequieto e ela nota isso.

Ela deixa-me por alguns instantes sozinho, amarrado, humilhado. Ao retornar, exibe um tenebroso sorriso que aumenta a sua forma ao perceber a minha feição de terror ao notar o que possui em suas mãos. Ela retorna munida da minha navalha e tocando em meus lábios com seus dedos diz que “se ficar imóvel não irei sair machucado”. Com essa premissa, começa a cortar a blusa que estou a começar pelo pescoço e descendo até o cinto. Um pequeno filete de suor começa a brotar da minha testa e é acompanhado pelo sorriso dela.

Ela pega uma garrafa de vinho, emborca o seu liquido contra a rolha e retirando-a da garrafa, passa a mesma sobre o meu peito, deixando fluir seu néctar sobre o meu corpo, recolhendo rapidamente com sua língua quente e de tom aveludado. Ela repete o processo, passando a rolha umedecida sobre o meu pescoço e retirando da mesma forma, e cada vez mais eu sinto o pulsar do meu sexo.

Ela busca a navalha novamente e começa a cortar o meu cinto de forma firme e decidida; um olhar tenebroso passa ante sua face e vejo o brilho da navalha desaparecer ao começar a cortar a minha barra da minha calça.

- Até onde você vai, hein?

Uma poderosa tapa é desferida contra a minha face novamente, tão forte que faz com que o meu lábio inferior sangre. Com um sorriso aos lábios, minha dominadora beija-me lascivamente.

- Eu mandei você ficar quieto. Se quiser ficar inteiro é melhor ficar quietinho e obedecer.

Voltando onde havia parado, ela concentra-se no corte da minha roupa de baixo que por ser feita de seda, rompe ao fio da navalha com facilidade deixando a mostra o meu sexo, rijo e pulsante de exasperação e excitação. Ela arremessa a navalha ao lado da cadeira, fincando-o a tabua corrida a qual era forrado o chão de toda a extensão da sala.

E por fim observo e analiso a minha situação; aqui estou, amarrado, humilhado e subjugado pela minha linda dominatrix. Ela busca a garrafa de vinho mais uma vez, retornando ao bizarro ritual, passando dessa vez o néctar sobre a glande do meu sexo, abocanhando-o de forma voraz, que faz com que eu emita um gemido sonoro de prazer, enquanto que o meu corpo começa a arquear-se sozinho devido a eletricidade de prazer que me percorre.

Ela continua a acariciar-me com sua boca quente, úmida e lasciva, sentindo cada pulso, cada vibração, cada movimento do meu corpo. Com uma das suas mãos massageia o interstício entre a base do meu sexo e o meu ânus, fazendo com que uma nova corrente de eletricidade percorra o meu corpo, arqueando-me e me fazendo gemer.

Sinto minha cabeça começando a girar cada vez mais rápido e forte; o gozo aproxima-se de forma eminente e voraz, tal como um grande felino a sua presa e ela nota isso pela contração dos meus músculos; tomando-me com muito mais vontade e desejo.

Em um gemido sôfrego de entrega, acabo por gozar em sua boca, deixando-me cair arfante e ofegante sobre a cadeira a qual se encontrava salpicada com o meu suor. Sinto o meu coração lutando contra a prisão do meu peito, enquanto os últimos impulsos gerados pelo meu gozo.

Ela ergue-se e tomando a navalha, corta as amarras que prendem os meus pulsos, que se encontram doloridos e dormentes; e caminhando em direção ao quarto demora-se, apenas alguns segundos, retornando completamente despida de seus trajes e ao parar sobre a soleira da porta, sorriso amavelmente.

- Agora sim, boa noite amor da minha vida! Espero que essa preliminar não tenha sido demais para você.

Aquelas palavras me dão um novo ânimo e levantando-me vou ao seu encontro, deixando minhas roupas rasgadas sobre a cadeira sob a luz tremulante e mordaz das velas e o odor doce e delicado do incenso de mirra.

2 comentários:

Nany Rabello' disse...

tem o que falar? =]
Foda! ;P

Anônimo disse...

E pensar que esse moço já foi TÃO comportadinho.....tão 'politicamente correto'(apesar de nunca entender 100% essa expressão, na verdade acho quer as pessoas costumam empregá-la de forma equivocada).............

Bom, mas que tu já foi 'certinho', a foi!!!

rs

Só escondia o jogo, né?


bjo